Normalmente o vocábulo “causo” é utilizado para contar algo duvidoso, que não aconteceu, que está na imaginação popular, ou ainda, que aconteceu, mas está complementado pela imaginação.
O que vou contar são causos verdadeiros. Posso afirmar com segurança porque o próprio autor me contou ou alguém contou na frente dele e ele confirmou.
Vamos lá.
Conheço o Kunihiro já há uns 15 anos. Hoje, trata-se de um sexagenário de bem com a vida, sempre de bom humor, prestativo, inteligente e cheio de qualidades.
Na juventude estudou em escola militar e no ITA, mas mesmo assim, como diria minha saudosa avó, lá do interior de Minas Gerais, “é um pouquinho atrapaiado”.
Isso mesmo. É um pouco atrapalhado, e ele tem plena consciência disso.
Soube por parentes de Kunihiro que certo dia ele estava em sua casa quando precisaram de algo que lá não havia. Foram todos ao único shopping da cidade. O carro foi parado e Kunihiro disse: “Esperem aqui que vou lá comprar”. Quando entrou no shopping percebeu que estava descalço. Era sábado à tarde e o local estava lotado. Não teve dúvidas. Entrou assim mesmo, fez a compra, e retornou ao carro.
Na loja o receberam um pouco com desconfiança, muitos olharam de “vesgueio” e, no carro, os familiares o xingaram, mas ele comprou o que precisavam.
A outra dele, ele mesmo me contou alguns dias atrás e disse não contem para ninguém, mas é impossível guardar isso, embora eu não saiba se saberei descrever como o fato realmente aconteceu.
O amigo tem dois aparelhos celulares, porque um é pouco.
Estava verificando como funcionava o aparelho novo quando o velho que estava sobre a mesa tocou.
Ele atendeu e disse: “ Alô, um segundo por favor”.
No aparelho novo ele ouviu somente “alô”.
Atendeu o aparelho novo e disse: “Alô”, um segundo estou atendendo uma outra ligação e já falo”.
Ouviu esta mensagem no aparelho velho, ou seja: Kunihiro estava conversando com ele mesmo em dois aparelhos celulares e demorou um tempo para perceber isto.
Involuntariamente ele fez uma chamada do aparelho novo para o aparelho velho e trocou com ele mesmo algumas frases, nem a própria voz reconheceu.
Se não fosse o próprio que me contasse, não sei se acreditaria tão facilmente, mas asseguro que é verdade.
Tem mais.
Certa vez Kunihiro caminhava por uma calçada e repentinamente viu um aparelho celular ao seu lado, no chão. Um homem caminhava à frente.
Prestativo chamou rapidamente o homem: “ Senhor, o seu celular caiu aqui no chão”. Estendeu a mão entregando o aparelho ao senhor.
O homem respondeu: “ Não caiu não! O meu celular está aqui no meu bolso e mostrou ao meu amigo”.
Neste momento Kunihiro percebeu que o celular era seu. O seu celular havia caído no chão. Difícil de acreditar, né? Mas é causo verdadeiro.
E o último, embora existam inúmeros.
Kunihiro saiu de casa e foi em uma loja na cidade onde mora. Depois passou em uma importadora de vinhos, em seguida, abasteceu o veículo coreano e, por fim, passou em um laticínio, onde demorou e comprou queijos e outras delicias, para acompanhar o vinho.
Vestia uma bermuda “de marca”, bem como sua camiseta era daquelas compradas no exterior, que aliás ele e seus filhos conhecem muito bem, mas os chinelos …
Percebeu que usava chinelos, daquela marca bem conhecida, mas cada um tinha uma cor, e o pior, os dois chinelos eram do pé direito.
Não acreditam né! É verdade. Quem o conhece que confira.
Bem, este é o Kunihiro, um bom amigo.
Abraço a todos.