Nas minhas andanças observo e escuto muita conversa que acho engraçada ou interessante, por isso vou guardando para escrever sobre elas.
– Três senhores em caminhada matinal em um dos belos parques da cidade de São Paulo, quando um deles, o mais falante, é lógico diz: – Olha, computador é muito interessante, agora que já sei usar, trabalho com ele todos os dias. Dá até para usar como máquina de escrever-.
Isto é, o computador tomou lugar da máquina de escrever, nada mais.
– Outro dia eu andava pela Avenida Ipiranga na calçada do antigo Hotel Hilton. Bem ao lado há um restaurante com um espaço para mesas que avança a calçada, que mesmo larga estreitou-se. Na minha frente caminhava uma mulher de mãos dadas com uma criança. Eu passei a caminhar devagar até alcançar a parte mais larga da calçada, momento em que a mulher olhou para trás e disse para a criança: – Preste atenção menina, dá passagem pro vô-
Ora, não sou avô, já disse na crônica anterior. Se falasse “tio” era melhor.
– Ms. Porter reside nos Estados Unidos há mais de 5 anos, logo, há um bom tempo, o contato com a língua americana é diário. Como não usa com frequência nossa língua portuguesa, ela vai esquecendo algumas palavras ou trocando algumas letras. No final do ano fui aos Estados Unidos e aproveitei para visita-la e ao marido. Durante a conversa, em uma das ruas de New York, ela disse: – Hoje o dia está bom, mas ontem estava “neblado”-. Eu perguntei: – neblado-? – É quando não tem sol- -Há! Nublado – E ela disse: -Eu sabia que estava errado, mas não lembrava o correto.
Vou começar a anotar as palavras que ela anda confundindo e no futuro vou apresentar nesta revista.
– Motorista dirigindo nos Estados Unidos e percebe-se que ele levanta e abaixa o braço direito, mas não dá para perceber o que fazia. De lembrar que o carro era automático, como é regra lá. Contou-me Ms. Porter que na primeira oportunidade ultrapassou para ver o que o motorista fazia. – Ele levanta um peso de academia.
É comum perceber mulher se maquiando, passando batom ou homem barbeando-se com o barbeador elétrico, mas levantar peso, isso que é vontade de malhar!
– Professora RI, conhecida descendente de orientais me contou uma, que no momento, eu lhe disse, vou escrever sobre isso na Miriam. Contou que um parente muito sossegado e até descuidado, depois de muito tempo começou a namorar uma bela moça. Levou a jovem ao cinema, no primeiro dia da exibição do filme, o local estava lotado. Na saída houve um tumulto, tal qual como na entrada, e o jovem casal se separou, ou melhor, foi separado, mas seu parente nem percebeu. Quando ele chegou em casa a “ficha caiu”: – Ué cadê a namorada? Esqueci no cinema-. É mole!
Minha amiga disse que é verdade, e que o seu parente já até esqueceu sobrinhos em um parque.
– Soube que um quiosque de doces em um shopping de uma cidade da grande de São Paulo fechou. Disse a sra. Watanabe: – Tinha que fechar. Certo dia eu estava lá, próximo ao quiosque e percebi que uma atendente estava atrás de uma coluna e uma outra com uma pinça sem qualquer desconforto tirava as sobrancelhas dela-. Que higiene não.
– Contou também que foi a uma loja no centro da cidade, loja das boas, disse ela. Quando entrou, a moça que lá trabalhava estava escovando os dentes. Não se acanhou. Fez sinal com a mão indicando outra pessoa para atender, e em seguida entrou para um local reservado.
– Como já disse, não sou avô, mas tenho sobrinha-neta. Ela percebeu sua avó mexendo no celular e perguntou:- Vó o que você está fazendo. – Estou apagando contatos e mensagens, porque senão o celular fica “pesado”. A criança pegou o celular levantou e disse: – Vó não tá pesado não.
É isso, pesado é pesado, ao contrário de leve.
– Por fim, eu conhecia misto frio e misto quente, mas agora tem mais um. Parei em um bar de beira de estrada e pedi misto frio com um pingado. Próximo a mim estavam um pai e uma filha de mais ou menos 8 anos. Ela disse: – Pai quero um misto quente. O Pai disse a balconista: – Por favor, um misto quente com queijo não muito derretido. Eu nunca havia ouvido um pedido deste. Pensei, coitado do chapeiro. Em seguida a balconista gritou: – Saindo um misto quente mal passado.
Para mim uma grande novidade. Misto quente mal passado? Conheço picanha mal passada.
Ufa, será que tudo é verdade? Deve ser. São causos do dia a dia.
Como já escrevi prestem atenção e vão se deparar com muitas situações inusitadas.