A Secretaria do Meio Ambiente – SMA realizou dia 30 de janeiro, o Seminário de Encerramento do Projeto de Desenvolvimento do Ecoturismo na Região da Mata Atlântica no Estado de São Paulo. Nesta oportunidade, foi apresentado um balanço dos trabalhos e foram avaliados os resultados das ações realizadas pelo projeto. Também foram lançados produtos de divulgação dos Parques – vídeos institucionais, aplicativo para smartphones e tablets, mapas turísticos e website.
De acordo com o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas, o Projeto de Ecoturismo “vai ao encontro do protagonismo paulista nas políticas ambientais”. Para ele, os resultados do projeto vão muito além dos números apresentados, uma vez que suas ações ajudaram a mudar a ideia de que o turista seria alguém que agride as áreas de proteção. Com o projeto, o turismo passou a ser visto como uma estratégia na conservação da biodiversidade, aliando sustentabilidade ambiental e geração de emprego e renda. O Secretário destacou ainda a importância do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) enquanto parceiro de projetos de grande relevância no estado de São Paulo.
A especialista sênior do BID, Annette Killmer, afirmou que o projeto tem “resultados de altíssima qualidade, que devem dar orgulho à Secretaria do Meio Ambiente e à Fundação Florestal”. Destacou ainda que o casamento entre conservação e turismo gerou produtos turísticos de qualidade, que devem servir de exemplo para os outros estados.
Para o Diretor Executivo da Fundação Florestal – FF, Olavo Reino Francisco, a parceria da
SMA com o BID ajudou a mudar a visão que a FF tinha do ecoturismo. “Antes os parques estaduais eram tratados mais como centros de pesquisa do que como locais para visitação. A abertura dessas unidades à visitação pública provocou dois efeitos simultâneos: a presença dos turistas ajudou a inibir atividades ilegais nas áreas de conservação, uma vez que há aumento da fiscalização e, ao mesmo tempo, o ecoturismo passou a ser uma oportunidade de geração de emprego e renda para as comunidades do entorno”, afirmou.
Sobre o aspecto social do envolvimento das comunidades do entorno, a coordenadora do projeto, Luiza Saito, afirmou tratar-se de “um projeto que cuida do meio ambiente e das pessoas que dele dependem” e que o BID foi um “parceiro incansável para que os objetivos pretendidos fossem atingidos”.
O Projeto
O Projeto de Ecoturismo foi realizado por meio de um contrato de empréstimo firmado entre o BID e o Estado de São Paulo, por intermédio da SMA. O contrato foi firmado em fevereiro de 2006 e as atividades do projeto se encerraram em dezembro de 2012. O valor total do empréstimo foi de US$ 9.000.000, com contrapartida do Estado no valor de US$ 6.000.000.
O Projeto objetivou estruturar os seis parques estaduais participantes, tornando-os produtos turísticos para atrair, reter e satisfazer um mercado diversificado de visitantes, visando consolidar a vocação do turismo sustentável em suas áreas de influência, tratando-se, pois, de uma estratégia de conservação da Mata Atlântica e de apoio ao desenvolvimento socioeconômico das regiões onde os parques estão localizados.
Os parques envolvidos são: Parque Estadual Caverna do Diabo, Parque Estadual Carlos Botelho, Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual de Intervales e Parque Estadual de Ilhabela. A área de influência do Projeto abrange os seguintes municípios: Apiaí, Barra do Turvo, Cajati, Cananeia, Capão Bonito, Eldorado, Guapiara, Iguape, Ilhabela, Ilha Comprida, Iporanga, Jacupiranga, Pariquera-Açu, Ribeirão Grande, São Miguel Arcanjo, Sete Barras e Tapiraí.
Os objetivos específicos do Projeto foram: melhorar os equipamentos turísticos e a organização dos parques estaduais para a gestão do ecoturismo; organizar e consolidar o produto turístico na área de influência direta do Projeto; e fortalecer a capacidade de gestão do ecoturismo na própria SMA, na FF – órgão gestor dessas unidades – e nos seis parques beneficiados pelo Projeto.
Entre as ações executadas estão: implantação e reforma da infraestrutura para visitantes, com construção e reforma de pousadas, restaurantes e centros de visitantes; implantação de sinalização bilíngue e de exposições temáticas; implantação e intervenções em trilhas; instalação de estruturas de visitação na Estrada Parque da Macaca; realização de cursos de capacitação para comunidades locais, microempresários da área de turismo e gestores públicos; divulgação dos Parques por meio de campanha publicitária, criação de identidade visual, entre outras ações.
Texto: Anna Karla Moura
Fotos: José Jorge/SMA e Evandro Monteiro