Na última crônica escrevi sobre a lei que determina o emprego obrigatório da flexão de gênero para nomear profissão ou em grau em diplomas, texto no qual afirmei que não existe o cargo de Presidenta da República.
Agora continuo tratar das palavras, deixando claro que não, nem no mínimo, sou contra o uso de palavras estrangeiras, mas não há dúvidas que muitas denominações causam dificuldades e outras geram situações engraçadas.
Contou-me um “chegado” que em uma capital entrou no taxi e disse: “Cizar parque, por favor” (Caesar Park). O taxista, que em passado próximo era chamado de “chauffer de praça”, respondeu: Onde? Houve novamente a indicação, mas agora com o nome da avenida. Ah! O hotel Cesar, respondeu o “chauffer”.
Probleminha resolvido. O taxista não é obrigado a saber a pronúncia.
Na verdade as palavras vão chegando e vão se acomodando no vocabulário popular, não há como impor um vocábulo ou sentido, a população é quem vai acertando a comunicação.
Com certeza já viram o que aconteceu com o “cheeseburger”.Em muitas lanchonetes, simples e até mesmo em algumas sofisticadas, se transformou em “ X-burger”.
O lanche ou “sandwich” é servido normalmente e não há qualquer problema.
Situação que deve causar problema diário é quando alguém mora em alguma rua com nome estrangeiro de difícil pronúncia ou em condomínio.
Pense a pessoa fazendo um cadastro onde lhe perguntam o endereço: Rua Kunihiro Takayama. Mas, nome é nome, é a origem, é a tradição, temos que aceitar e respeitar, e ponto final.
Mas os condomínios! O nome é escolhido.
Qual o endereço? Rua Kunihiro Takayama, 38, Condomínio Altos de Monticcelli, ou “Request Point” ou “Montticelli”.
Tem que soletrar, não tem jeito.
O jornal Folha de São Paulo, edição de 10 de junho, no caderno Cotidiano, apresenta matéria com o título “Nome composto em inglês vira febre em prédios de SP”, e cita: “Perdizes Tower”, “Charlie Parker”, e por aí vamos encontrar os “gardens”, os “chateaux” e outros.
O tema “palavra” é interessante e atual e está na boca do povo. Não está?
Com outro enfoque a revista Veja, edição de 13 de junho, apresenta “Palavras errantes” de Ivan Angelo, o qual escreve sobre sentidos outros do vocábulo.
Para enfatizar “morta”, se fala “morta, mortinha” ou ainda “mortinha da silva”.
Madurinha quer dizer que uma fruta está bem madura.
Ainda, muito duro. Durinho. Surdo ele? Surdinho, se responde.
Bêbado. Enfatiza-se com bebadozinho ou bebinho.
É isto, as palavras estão por aí, saindo da boca da população com os mais variados sentidos e causando situações estranhas e algumas engraçadas no dia a dia.
Para acompanhar digo a todos “au revoir”.