O tempo passa muito rápido em nossas vidas, e quando percebo a quinzena já se passou e chegou o momento de substituir a crônica, que nem sempre é fácil, e como já disse, da ideia inicial já me afastei um pouco.
Tenho lido e percebido que devemos estar mais atentos ao sentir o passar do tempo, todavia o tempo é uma realidade da qual não podemos fugir, por isso chegou o momento de escrever, mas não afastar o sentir deste momento.
Um domingo desses resolvi visitar a feira de antiguidade no MASP, e percebi muita gente interessada nas peças antigas, que na verdade já se misturam com algumas peças novas, como por exemplo, óculos de sol de marcas famosas.
Telefones antigos tão bem restaurados que parecem novos e com cores atuais, e não os pretos e cinzas antigos. O preço começa com R$ 140,00 e passa de R$ 1.000,00.
De lá caminhei até a Livraria Cultura e constatei algo importantíssimo. O livro no formato que conhecemos não vai acabar.
A loja estava lotada de pessoas de todas as idades e todos os sexos. Todos os andares estavam com muitas pessoas que folheavam os livros, ouviam musicas e compravam.
Em um dado momento alguém veio ao meu encontro e era o Dr. AB, que conheço desde o inicio da década de 60, quando éramos crianças, com as mãos cheias de livros que ia levar. Conversamos um pouco sobre amenidades e nos separamos.
Depois no andar superior vi o livro História da Riqueza do Homem, de Leo Huberman, e percebi que sua apresentação era bem diferente do meu exemplar comprado na década de 70, por indicação de um professor. Um senhor que estava ao lado me disse, tenho este livro e o meu é bem diferente quanto à apresentação, quando respondi que era exatamente o que eu estava pensando.
Conversamos um pouco e descobri que conhecia um primo daquele senhor, que na conversa me indicou um livro que eu havia visto quando cheguei, e que acabei por comprar.
Fiquei quase três horas na livraria, quando resolvi pagar, tinha um senhor na minha frente, bonezinho vermelho, bermuda, camiseta, tênis, brinco, isto é um homem moderno, mas o pagamento foi um sufoco.
Não sabia dizer endereço virtual para atualização e o cartão apresentou algum problema. Deixei meu livro e CD próximo ao caixa e fui beber água, quando voltei, ele ainda estava lá, e foi chamar o amigo que estava sentado para lhe ajudar.
Fui para outro caixa e paguei, e eles continuaram lá, e me parecia que o caixa também era um tanto confuso.
Almocei pela redondeza e depois caminhei até o Parque Trianon, que nada se parece com o Trianon de Versalhes, mas que também é muito bonito.
Uma banda tocava muito bem, e um andante dançava ao lado. Uma jovem “loura” e de pele bem clara que chamava a atenção, embora fosse discreta, e estava compenetrada na banda, parece que não percebia as pessoas ao seu lado.
Um jovem, para mim “bem feio”, passou com a namorada e olhou tanto a moça que levou em beliscão. Nem reclamou.
Fui embora e peguei meu carro que estava na São Carlos de Pinhal, virei à esquerda na Pamplona e depois resolvi fazer um caminho mais longo e entrei a direita na Avenida Paulista, para seguir até o retorno próximo a Bela Cintra e dirigir por toda a avenida, pois deveria ir para o bairro da Aclimação.
Conheço várias avenidas pelo mundo e a mais charmosa para mim é a Champs Élysées, em Paris, mas a Avenida Paulista é fantástica, não existe outra igual.
Dirigia na velocidade normal e percebia toda a movimentação, todos os carros, todas as pessoas, uma diferente da outra. A avenida reflete a vida de São Paulo.
À noite voltei para a Paulista com destino a Igreja São Luiz Gonzaga, e na volta fiz o mesmo percurso. Dirigindo na mesma velocidade normal, percebi cada semáforo que passava e também aqueles que paravam e pensei, cada semáforo deve ter presenciado muitos fatos que aqui aconteceram. Eles devem ser testemunhas de situações alegres e tristes, mas não vão contar para ninguém.
Dirigindo e ouvindo musica a um som um pouco alto a Avenida Paulista parece um outro mundo, parece um próprio mundo dentro de São Paulo.
Agora entendo porque muitos cantam a Avenida Paulista, como cantam a Ipiranga com a São João, que também devem ter suas particularidades.
É isso ai. Entenderam. Descubra cada um suas ruas ou avenidas. Vale a pena.