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PAPAI NOEL EXISTE…

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Estamos vivendo a época do Natal, por isso, afirmo que sempre acreditei e continuo acreditando na existência do Bom Velhinho, mas antes de “provar” minha afirmação, devo fazer uma observação.

Quando aceitei o desafio dos “causos”, minha intenção era de relatar fatos um tanto duvidosos, outros um tanto cômicos, mas sempre fatos da realidade, com o fim de uma leitura leve e relaxante; entretanto, ao passar dos meses percebi que não tenho o dom da comicidade e nem sempre percebo fatos engraçados para contar, por isso, o foco foi se desviando, e com o mesmo objetivo passei a relatar fatos que presencio, que conheço e alguns até que participo, e sempre com tonalidade da tranquilidade.

Então, vamos lá.

Criança pequena lá na grande Taubaté, eu sempre esperava com ansiedade pela chegada do Natal, pela reunião familiar, pela ceia e principalmente pelo presente. Era um só.

Em determinado Natal, todos encontraram seus presentes, menos eu. Fiquei triste.

Meu bom pai disse que estava ouvindo um barulho no rancho ou no corredor, que liga a parte da frente da casa aos fundos, e que eu deveria ir até lá e olhar. Fui até o corredor, que era escuro e fiquei com um pouco de medo, mas garanto que vi um restinho de uma roupa vermelha saindo do corredor. Eu vi o Papai Noel!

Fui para o rancho correndo e encontrei um caminhão de madeira, grande, e a tristeza foi embora na hora. Na manhã brincava com meus amigos de infância na rua, e o meu caminhão era o segundo em tamanho. Eu me achava!

Depois daquele Natal, talvez 1962/63, tive a certeza de que ele existe, e sempre espero o Natal para ele retornar.

Lembro-me de outro, este em 1966 quando já sabia que meu pai era quem comprava o presente e já podia até escolher. Era a modernidade chegando. Meu vizinho ganhou um autorama em formato de oito. Dois carrinhos, um Simca e um Gordini (não fabricam há muito tempo).

De tanto pedir consegui ganhar um, mas oval que era mais barato, comprado na Sears, que não existe mais aqui em São Paulo, mas que presente nos Estados Unidos. Também com dois carrinhos, um Volkswagem, mas o outro não me lembro de qual era.

Brinquei muito.

O tempo passou e tive que contar às minhas filhas que aqueles das lojas simplesmente eram contratados pelo Papai Noel, porque ele estava sempre ocupado e só vinha no dia 24 para 25.

Uma delas chegou a escrever para ele, que mora na cidade de Rovaniemi, Finlândia, conforme endereço dado pela escola, e ele respondeu a carta. Foi o máximo. Esta é outra prova que ele existe.

Embora elas, e outras, sejam para mim eternas crianças, de fato não tenho nenhuma criança na família, mas mesmo assim, nesta época de fortes emoções, estou sempre a procura do bom velhinho, e por isso, a fotografia dele eu coloquei próximo à porta de entrada, em um ponto de destaque na minha casa. É impossível não ver.

Esta foto eu comprei em companhia de Mr. Porter e senhora, na também grande Fort Wayne, Indiana (lá existe uma Sears de quatro andares), e imaginem o que está impresso na parte superior da foto: “ Believe”, isto é, creio, acredito, o que para mim é a terceira prova que ele existe.

O quadro estava lá me esperando.

E o futuro? Passado e futuro não existem. Só existe o hoje, o agora. O passado deve servir para ajudar o hoje ser bom e o futuro não sei. Esperança, sonhos, tudo bem, mas que não existe não existe. To certo ou to errado?

Então, quanto ao futuro não sei, mas é até possível que em algum Natal eu esteja trajando uma roupa de Papai Noel (a barriga já está ajudando), com o objetivo de fazer alguma criança também acreditar na sua existência, como eu continuo acreditando.

Tomara! Quero ficar neste mundo esperando para ver se acontece.

Bom Natal a todos! Bom encontro com o Papai Noel, é o que desejo.

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