Esta semana soube de uma história e lembrei-me de outra, na qual a pessoa ficou indignada com uma providência que devia ser tomada e a outra um esquecimento ou falta de atenção fantástico.
As duas situações e uma outra que agora me lembro envolvem a senhora de Watanabe San.
Certo dia no Cartório de Notas onde a senhora Watanabe San que é a Tabeliã, compareceram duas mulheres para se informarem sobre a elaboração de um inventário.
A Tabeliã ao verificar que a morte havia ocorrido há mais de seis meses, informou que para a feitura do inventário teriam que pagar uma multa, porque o prazo já havia decorrido.
Uma das mulheres, que eram irmãs, ficou surpresa e disse a Tabeliã. Como! Ninguém me contou, ninguém me avisou que eu deveria tomar a providência no prazo de seis meses. Como é que pode isso?
A outra, surpresa, olhou para a Tabeliã, e as duas ficaram sem ter o que responder.
E a pergunta é. Quem deveria contar a ela que tinha o prazo de seis meses para a abertura do inventário. O morto!!!
Se a moda pega heim… Ninguém me contou que tenho que registrar meu filho. Ninguém me contou que tenho que lavrar certidão de óbito.
No mesmo Cartório, e isto eu presenciei, uma senhora compareceu e queria lavrar uma escritura de doação de um imóvel. Foi constatado que havia necessidade uma escritura anterior passando o imóvel a quem queria doar.
Foi prestada a informação para a senhora, que era de um Estado do Nordeste, e ela respondeu: Lá no meu Estado não é assim não. Basta a gente falar que lavram a escritura, fazem tudo do jeito que a gente quer.
Imaginem o que deve acontecer, quanta confusão é criada.
A outra história que soube é de uma falta de atenção ou esquecimento fantástico também.
Watanabe San foi para a Suíça em um de seus cursos de gastronomia e a mulher ficou aqui no Brasil, estudando e trabalhando.
Depois de alguns meses ela não agüentou e comprou uma passagem e avisou o marido -vou chegar em tal dia e certa hora.
No dia do embarque o sogro a levou ao aeroporto e ela, feliz da vida, foi para o check in. Apresentou o bilhete eletrônico, pôs a mala para a pesagem e entregou o passaporte.
O gentil funcionário perguntou: – A senhora tem outro passaporte?
Ela respondeu: – Não, por que?
Ele disse: – Este aqui está vencido, a senhora não pode embarcar.
Dá para acreditar? É verdade.
Ela telefonou para o pai e contou o acontecido, mas também teve a esperteza de remarcar a viagem, procurar a Policia Federal, contar o acontecido, e obter um passaporte nos próximos dias.
Brincadeira?
Lembrei outra de passaporte.
Callao hoje mora nos Estados Unidos, mas já morou na Venezuela e em outros países. É um folgado.
Sua mulher foi fazer uma viagem internacional e quando chegaram no aeroporto ela lembrou que havia esquecido o passaporte em sua casa, em uma cidade da grande São Paulo. Callao voltou até a cidade apoderou-se do passaporte e retornou ao aeroporto. Deu tempo.
Mais uma, e esta presenciei.
A viagem era para a Argentina, no percurso ao mesmo aeroporto, Ramos perguntou a sua mulher, trouxe meu passaporte e ela respondeu, esqueci.
Entraram em uma cidade a beira da estrada, Ramos, com invejável bom humor, contratou um taxi e retornou para a cidade, enquanto os demais continuaram em direção ao aeroporto.
Nos últimos minutos do embarque chega Ramos com seus documentos e o humor já estava melhor. Tudo deu certo viajaram alegres para o consumismo argentino.
Certamente muitos já se indignaram com falta de informação e muitos já esqueceram documentos importantes, mas ao final, penso que tudo se ajeita, tudo dá certo.
Como dizia um velho conhecido: Se ainda não deu certo é porque não chegou o momento!
É assim nossa vida. Indignações e esquecimentos, mas que tudo sirva para rirmos bastante, afinal, a vida não pode ser só trabalho e momentos desagradáveis.
Bye, bye.