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CAUSOS DE VIAGEM

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Sei que estou um tanto atrasado, isto porque fiquei um pouco desorganizado. Eu tinha ciência que minha vida sofreria, como está sofrendo, alterações neste segundo semestre de 2011, e então, resolvi tirar um período de férias no mês de julho, e rodar um pouco pela Europa, a fim de me divertir e pensar nas mudanças que virão.

Agora, estou tentando organizar a vida e viver este segundo semestre com as novidades que estão surgindo, e inicio retomando o compromisso de escrever as crônicas quinzenalmente.

Fiz algumas anotações de situações que presenciei e que vou passando para vocês, assim, na próxima ou próximas, ainda contarei fatos ou situações que presenciei.

Mas, antes de escrever sobre o tema destes causos de viagem, para aqueles que leram a crônica anterior, “Sempre a mesma coisa”, esqueci de dizer que nas novelas todos os personagens que ficam irritados com alguma situação, quebram moveis, jogam objetos nas paredes, passam a mão arrastando sobre uma mesa ou móvel e derrubam tudo. Não é verdade?

Podem conferir! Assistam uma novela. Nós não agimos assim! Ou agimos?

Mas vamos lá, vamos para o tema de hoje.

Aterrizei em Frankfurt e como cheguei de manhã, logo depois de me acomodar no hotel bem próximo ao centro, fui fazer um passeio às margens do Rio Reno, de mais ou menos uns 2 quilômetros. Havia barracas de alimentação, exposição de carros, palco e aparelhos de televisão transmitindo jogo de futebol feminino. Tratava-se da FIFA frauzeen WM2011.

Evidente que não perdemos a oportunidade de uma boa cerveja alemã acompanhada de um pão com salsicha e bastante mostarda.

Nas margens havia parte com calçada normal e parte gramada.

Nesta parte de passeio também passavam pessoas de bicicletas, quando deparei com um homem de mais ou menos 60 anos de idade, cabelos brancos, magro que estava parado segurando sua magrela. Vestia uma calça branca colante ao corpo, transparente, o que permitia ver a cueca enfiada no rego.

Interessante é que não era engraçado, não era feio, não era bonito, não era nada, era apenas bem curioso e diferente.

Ao lado do passeio, parte de calçada e grama, havia um enorme gramado e muitas árvores. Muita vegetação, flores e bancos. O sol castigava e se mantinha no céu até por volta de 21 horas.

Homens e mulheres tomavam sol, algumas delas de biquíni.

Vi também um casal em que o homem estava sentado no banco e a bela jovem sentada sobre ele, de frente para ele, com as pernas abertas, e conversavam normalmente.

Ninguém olhava ou se preocupava, somente o caipira aqui é que prestou atenção para poder agora contar o que viu.

Também percebi dois homens dormindo um ao lado do outro no gramado. Tinham rudes aparências. Uma jovem tomava sol sem a blusa, somente de soutien, palavra francesa que vem do verbo soutenir, e que tem o significado de dar apoio.

Muitos, na maioria jovens, faziam piquenique. Tudo muito normal.

Mesmo à noite, várias pessoas lá estavam, sentadas na grama, comendo alguma coisa e saboreando alguma bebida. O sol já tinha se posto, mas o calor continuava.

O que para mim é verdadeiramente interessante é o comportamento das pessoas, que se mostra totalmente diferente do nosso.

O piquenique que para nós é algo quase que abominável, para o europeu é uma conduta perfeitamente normal, e que, é praticada com frequência, por todas as classes sociais. E digo, é bem gostoso.

A toalha estendida na grama e as pessoas ao seu redor. Alguns com roupas mais confortáveis e outros com roupas mais sóbrias, demonstrando que estavam retornando de mais um dia de trabalho.

O piquenique naquele horário era o happy hour deles.

O tipo ou a falta de roupa, bem como sentar em grama pública para comer e beber com amigos, é algo que não afeta o outro, quando aqui nós nos afetamos com situações semelhantes, mas isto é simplesmente uma questão cultural.

Não vejo como uma falha nossa, mas sim um comportamento que se agregou na nossa sociedade, pelos mais diversos motivos.

A noite fomos jantar em um restaurante encontrado na Internet e indicado como tradicional de Frankfurt, portanto, com comida alemã típica, mas com uma enorme curiosidade.

O restaurante ficava em uma rua central da cidade e mantinha mesas na calçada e na parte interna, que para se chegar exigia caminhar por um largo corredor e o salão estava aos fundos.

Não estava lotado, mas havia muita gente. Mesas com quatro pessoas e mesas com quinze pessoas. Mesas de madeira e bancos para duas ou quatro pessoas, não havia cadeiras.

Seguindo a orientação do gentil garçom pedimos um prato para quatro pessoas, constituído de joelho de porco, chucrute, bacon, e costelinha. Em uma peça a parte batatas assadas.

Na Alemanha, evidentemente, que pedi uma grande e boa cerveja, qual foi a surpresa quando o garçom me disse que não vendiam cerveja. O que! Não vender cerveja em um restaurante alemão! Não dá para acreditar, mas é verdade.

Me foi sugerido uma taça de vinho branco, que segundo ele combinava bem com o prato pedido. Aceitei imediatamente.

A comida não demorou a ser servida e estava na temperatura ideal. O que foi servido estava delicioso só a qualidade do vinho era mediana…. .Algo como um bom e forte suco de uvas verdes. Bastou uma taça e passei para o refrigerante.

Chegou a conta e percebi que o preço da taça de vinho era 4 Euros e o preço do refrigerante era 5 Euros. Podem acreditam, também é verdade.

O restaurante chama-se Adolf Wagner Tavern e o prato pork platter.

Não posso deixar de contar que achei interessante o modo encontrado para aumentar o número de vagas para veículos na via pública.

Os carros estavam estacionados normalmente. Paralelo as calçadas, mas quando havia um certo espaço entre um carro e outro, os Smarts, fabricado pela Mercedes Benz, estavam estacionados com a parte traseira para a calçada, sem que isso causasse qualquer tipo de problema.

Não havia nenhum guarda multando.

Para terminar, marginal existe em qualquer lugar.

Um homem de bicicleta, que quase encostou na gente, quando estávamos parados no semáforo, ao passar próximo a uma mesa de restaurante, na calçada, propositadamente bateu o pé na garrafa de cerveja de um turista, que caiu ao chão e quebrou.

Todo assustado o turista ficou surpreso e o mau elemento fugiu tranquilamente, pedalando seu veículo.

É isso, alguns causos de viagem, que continuarei.

Abraço, obrigado e boa quinzena a todos.

jeferson@miriampetrone.com.br

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