Depois de dois dias em Bertioga onde o diluvio se instalou e não queria ir embora, resolvi retornar para São Paulo. Afinal, foi até porque havia combinado com o antenista da parabólica e o telhadista, mas ambos não puderam trabalhar. Tinha que subir no telhado, mas o diluvio chegou antes.
Em São Paulo pensei em jantar carne porque há alguns dias que não como. Em razão da necessidade de adequar a alimentação, reduzi drasticamente o consumo de carne, mas tem dia que a vontade é grande demais, e eu não resisto mesmo.
Como disse reduzi o consumo, mas não aboli.
Onde ir?
Em dezembro para realizar o amigo secreto, fui com minhas colegas de trabalho (olha eu roubando a frase do Seu Silvio), em um bar na Vila Madalena, e o local é muito legal e bom. Existe um no Rio também.
Pensei em ficar no balcão, beber duas doses de whisky e comer alguma carne. Nada mais.
Não havia lugar no balcão, mas fui acomodado em uma mesa pequena, bem localizada. Enxergava todo o salão.
No bar pessoas de todas as idades, eu não era o mais velho, penso eu. Na mesa ao lado um casal. Ele alto e de bermuda branca, ela de vestido e uma blusa de lã preta. Não era bonita. Estavam enamorados.
Chegaram os pasteis deles. Ele bebia chope e ela água.
Terminado o chope ele disse ao garçom: – Por favor, uma coca zero. Respondeu o garçom:- Só tem Pepsi. – Qual a diferença? – Não é coca é Pepsi.- Tá bom, eu quero.
Passou outro garçom e perguntou: – Mais um chope? – Sim, respondeu. Chegou a Pepsi e o chope, juntos.
A mulher perguntou ao garçom: – Moço tem suco de abacaxi? – Tem sim. – Mas, o suco de abacaxi daqui é bom? – É ótimo, respondeu o garçom.
Pensei.
Isto é pergunta que se faça.
Será que o garçom iria responder: – Não, o suco de abacaxi não é bom. Aqui não tem suco bom.
Para mim é uma pergunta muito estranha, mas tudo bem, cada um pergunta o que quer.
Também, no meio da conversa deles a mulher começou a fuçar no celular e descobrir quantas calorias tem um chope, um suco, um run, e outras bebidas, e eu ouvindo.
Daí ela falou: -Sabe quantas tem o whisky? É o que mais tem.
Falou baixinho para seu acompanhante e ele perguntou: – Por que está falando baixo? A partir dai não ouvi mais nada sobre calorias.
Viram. Eles prestavam atenção no que eu bebia.
Em outra mesa estavam seis pessoas, quatro homens e duas mulheres. Gente nova e bonita.
Resolveram tirar fotos e muitas.
Coitado do garçom.
Fotos com os seis abraçados. Depois um casal amassando um dos homens. Em seguida todos fazendo sinal de paz e amor, e não podia faltar o chifrinho.
Surgiu um lugar no balcão, mas aí eu já havia bebido o whisky, comido as deliciosas almondegas e bisbilhotado a vida alheia, para chegar em casa e escrever.
Aliás, esta crônica passou na frente da outra, que ainda não está pronta, porque serão vários “causinhos”.
Pronto, acabou.
E como ainda estamos no início de 2.013, um bom ano a todos.
Abraços.