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Exposição Artistas tapeceiros reúne grandes nomes na Passado Composto Século XX

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A exposição “Artistas da Tapeçaria Moderna”

reúne grandes nomes: Genaro de Carvalho, Jacques Douchez e Jean Gillon

A galeria Passado Composto Século XX comemora seu décimo aniversário com a realização desta exposição e reafirma a paixão de sua diretora, Graça Bueno, pela nossa brasilidade moderna artística e única, apresentando seu acervo, contando com coleções particulares e apoios institucionais. De 18 de setembro a 17 de novembro, a galeria apresenta tapeçarias, estudos, cartões modelo, documentos e vídeos de Genaro de Carvalho, Jacques Douchez e Jean Gillon. A mostra tem curadoria de Alejandra Muñoz, arquiteta e professora de História da Arte da Escola de Belas Artes da Bahia(EBA/UFBA).

Por Alejandra Muñoz, curadora

A galeria Passado Composto Século XX reúne pela primeira vez em São Paulo três dos principais artistas da tapeçaria moderna brasileira numa perspectiva abrangente de fruição da arte têxtil, enquanto objeto estético, processo criativo, resultado técnico, repertório temático e trajetória profissional de seus realizadores. Três artistas, três tempos, três espaços: o baiano Genaro de Carvalho (1926-1971), o francês Jacques Douchez (1921, no Brasil desde 1947) e Jean Gillon (1919-2007, nascido na Romênia e naturalizado brasileiro). Da extensa produção dos três artistas, são focalizadas tapeçarias planas produzidas entre os anos 1950 e 1970, acompanhadas de cartões-modelo e estudos organizados em grandes temas que evidenciam uma linha estética muito próxima e referências comuns. Tal legado que, em termos históricos e estéticos, coincide com o Movimento Tropicalista, foi fundamental para a afirmação de uma brasilidade moderna, talvez pouco conhecida ou quase esquecida pelo grande público de hoje.

O francês Jean Lurçat (1892-1966) foi o grande mestre de referência dos artistas tapeceiros modernos, dentre eles, Jean Gillon, que conheceu Genaro de Carvalho e com quem manteve longa amizade e admiração comum pelo trabalho de Lurçat. Em 1954, o próprio Lurçat esteve no Brasil e, passando por Salvador, conheceu o ateliê de Genaro que começara a fazer suas primeiras tapeçarias no ano anterior. No ano seguinte, a Enciclopédia Delta Larousse já se referia a Genaro como o fundador da tapeçaria-mural no Brasil. Segundo Gillon, embora desde fins dos anos 1940, ele aprendera técnicas de tapeçaria, foi graças à “recusa” de Genaro de produzir tapeçarias de seus desenhos que o “obrigou” a fazer as suas próprias em fins dos anos 1960. Mas, muito antes, em 1957, São Paulo já contava com importante centro de produção de tapeçarias, o ateliê Douchez-Nicola, que tinha teares comprados da pioneira fábrica Tapetes Regina, de Regina Graz. Jacques Douchez, discípulo de Samson Flexor (1907-1971), foi integrante desde 1951 do Atelier-Abstração e participou com tapeçarias das 7ª, 8ª e 9ª Bienal de São Paulo, sendo um dos principais impulsores da arte têxtil no Brasil e um dos idealizadores da I Mostra de Tapeçaria Brasileira realizada na FAAP, em 1974.

No momento atual de retomada e revisão dos valores modernos brasileiros, o resgate da produção de tapeçaria é não apenas pertinente como necessário para o redimensionamento da complexidade da arte brasileira. As obras de Genaro, Douchez e Gillon, além do deleite visual e estético, refletem uma brasilidade sutil, afastada de clichês e folclorismos. Sem dúvidas, um bom pretexto para parar na rotina e nos deixar seduzir pelos instantes acumulados entre os fios.

Sobre a curadora

Alejandra Muñoz, uruguaia, residente em Salvador desde 1992, é arquiteta, mestre em Desenho Urbano e doutoranda em Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (FAU/UFBA). Foi professora de Historia e Teoria da Arquitetura na mesma instituição (1998 a 2001) e, desde 2002, é professora efetiva de História da Arte da Escola de Belas Artes (EBA/UFBA). Exerce diversas atividades relacionadas às Artes e Arquitetura, produzindo textos de história e crítica, e participando de júris e comitês de seleção. Foi curadora das mostras Saccharum BA (MAM-BA, jun.2009), Trajetos: Vauluizo Bezerra(MAM-BA, out.-nov. 2010), Genaro de Carvalho: De memória – Uma retrospectiva (MAB, dez.2010-fev.2011) e Paraconsistentes – 25 artistas contemporâneos da Bahia (em cartaz no ICBA), todas realizadas em Salvador. Atualmente integra a equipe curatorial do Programa Rumos Artes Visuais 2011-2013 do Instituto Itaú Cultural, coordenada pelo curador Agnaldo Farias.

SERVIÇO

Exposição “Artistas da Tapeçaria Moderna: Genaro de Carvalho, Jacques Douchez e Jean Gillon”

Realização: Galeria Passado Composto Século XX

Coordenação: Graça Bueno

Curadoria: Alejandra Muñoz

Expografia: Alejandra Muñoz e Daniel Sabóia

Inauguração (somente para convidados): 18 de setembro, a partir de 19h30

Período: 18 de setembro a 17 de novembro de 2012

Horário:  segunda a sexta-feira, das 10h às 19hs; sábado, das 10hs às 15h (domingo – fechado)

Local: Passado Composto Século XX

Endereço: Al. Lorena, 1996, Jardins – São Paulo, SP.

Entrada gratuita.

Visitas guiadas podem ser agendadas com antecedência por e-mail: lorena@passadocomposto.com.br

Site: www.passadocomposto.com.br

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