Vocês meus queridos dez ou onze, quem sabe nove leitores, já perceberam que gosto muito de observar o comportamento das pessoas nas mais diversas situações. Desde um simples caminhar até o envolvimento em situações que exige atitudes.
Observar as pessoas na rua é algo que discretamente faço a longo tempo.
Não realizo a observação de acordo com um planejamento, mas é sim algo natural em minha conduta pessoal, e observo não com olhar crítico, mas observo por observar, para sentir o comportamento e perceber as reações.
Observo pessoas bonitas e pessoas feias, se é que existem pessoas feias. As elegantes e as deselegantes. As apressadas e as não apressadas, enfim, o que importa é perceber as pessoas.
Bem, mas vamos lá. Relato dois encontros que me pareceram bem estranhos.
Certa vez, há muito tempo atrás (parece história a ser contada para criança), eu caminhava em companhia do então meu Diretor, pela Avenida Ipiranga, na Cidade de São Paulo, bem próximo à Praça da República, e isto acredito que por volta de 12/13 horas, pelo que lembro.
Percebi que em sentido contrário ao nosso, vinha um homem elegantemente vestido, de terno, que portava na mão uma maleta. Ele ainda não estava bem próximo.
Em seguida, senti que uma mulher, também elegante, me ultrapassou pela calçada, e quando os dois passaram um ao lado do outro, estavam em sentido oposto, ele entregou a ela a pasta que carregava. Cada um continuou sua trajetória como se nada tivesse acontecido e sumiram no meio das outras pessoas.
Na época aquela pasta era conhecida como “007”, que era semelhante a usada pelo agente secreto James Bond, interpretado pelo ator britânico Sean Connery.
Interessante, que não se olharam de maneira perceptível, muito menos trocaram uma única palavra, simplesmente a pasta mudou de mão e de pessoa.
Ao perceber comentei imediatamente com meu Diretor, e até hoje estou na curiosidade, que nunca será esclarecido. O que continha a pasta?
Eles se misturaram na multidão e eu fiquei com a curiosidade.
Dezembro de 2011, outra situação me chamou a atenção, também me pareceu estranha, e me fez lembrar a que contei nas linhas anteriores.
Estava eu diante do semáforo da Avenida Paulista esquina com a Rua da Consolação, também em São Paulo, esperando sinalização verde para dar início a movimentação do veículo.
Na calçada da direita veio um jovem da Rua da Consolação, portando uma mochila, que esbarrou em um homem de mais ou menos 50 anos de idade, que andava em sentido contrário.
Os dois caminhavam com rapidez, era por volta de 07h30min, de uma sexta-feira.
Após o esbarrão os dois deram mais alguns passos e me pareceu que se xingaram, mas …, em seguida os comportamentos mudaram.
Voltaram, se aproximaram, quando eu pensei que haveria uma discussão, mas não. Se encostaram na parede frontal de um prédio residencial local e iniciaram uma conversa. O jovem abriu a mochila demonstrando que ia mostrar algo, mas neste exato momento surgiu a luz verde, quando o carro em que eu estava teve que ter iniciado a trajetória, e por isso, não sei o desfecho deste encontro.
Tudo aconteceu muito rápido e o que eu queria era que o sinal verde demorasse a aparecer, mas não tive sorte.
São duas situações que naturalmente observei, mas que, para mim não ficarem esclarecidas e jamais serão.
Que são estranhas não há dúvida, e que fatos estranhos acontecem todos os dias, também não há dúvida, e nos mais variados lugares que podemos estar.
Passem a observar, divirtam-se, fiquem curiosos e preste atenção se também não estão em alguma situação de um encontro estranho.
Boa quinzena a todos.