A velocidade é algo que está sempre presente em nossas vidas. Hoje corremos todos os dias. Corremos de manhã quando acordamos para não chegarmos atrasado na escola, no serviço ou em outro compromisso.
O almoço de muitos é extremamente rápido, em pé no balcão da padaria, ou um simples lanche na mesa de trabalho. E assim o dia continua, tudo rápido, tudo em grande velocidade.
É assim nossa vida hoje.
Me lembro quando eu “era criança pequena lá na grande Taubaté” que ficava intrigado com o hodômetro do carro de meu pai. Ele possuía um automóvel (como se falava na época) Volkswagen, ainda não havia a denominação Fusca, que era da cor grená (vermelho), e do tipo “sedan”, ano 1962, adquirido através de um consórcio de carros usados, em infinitas prestações.
Eu adorava o Volks.
Bem, o hodômetro da marca horasa, salvo engano, indicava e ainda indica, a velocidade máxima de 120Km/h, e eu pensava quando e onde meu bom pai iria dirigir naquela velocidade.
Depois eu descobri que dificilmente um Volks 1962, motor 1.200, 6v, chegaria aquela velocidade e que não havia estrada apropriada para tal velocidade, naquela época, além de não haver permissão legal para atingi-la.
O que me intrigava era: Por que havia a indicação de 120Km/h, se não era permitido dirigir nesta velocidade?
Na década de 1980, talvez final da década de 1970, tivemos um grave racionamento de gasolina. Os postos de abastecimento fechavam à noite e permaneciam fechados aos domingos.
Para conter o consumo, a velocidade nas estradas ficou limitada à 80km/h, e eu pensava: Se todos os veículos forem dirigidos a 80km/h na Rodovia Presidente Dutra, a estrada vai parar.
Hoje temos duas situações bem semelhantes a estas contadas.
Não vamos nem pensar nos carros importados que lotam nossas ruas e estradas, mas somente nos aqui fabricados.
Basta verificar nos hodômetros para encontrar velocidade máxima de 180km/h. Então, a pergunta é a mesma: Em qual estrada brasileira é permitido dirigir a 140km/h? E 180km/h, então?
Desculpem minha ignorância, mas não entendo.
A outra situação, também, causa certa estranheza.
Pelo menos nas Rodovia Ayrton Sena e Carvalho Pinto, encontramos placas de limite de velocidade bem próximos aos postos de pedágio.
Nestas rodovias o limite de velocidade é de 120km/h, aproximando-se ao pedágio vai diminuindo para 80, depois 60 e acreditem, mais ou menos 500 metros do pedágio a velocidade máxima permitida é de 40km/h, com a advertência de que há fiscalização eletrônica.
Não vou afirmar que é ridículo para não ser mal interpretado.
Certo dia tentei manter o limite de 40km/h, o que causou receber alguns xingamentos do motorista que ultrapassou. Nesta velocidade o veículo fica quase parado.
Se todos os motoristas dirigirem a 40km/h nos 500 metros antes do pedágio o trânsito vai parar, não tenho dúvida.
Mais uma.
Há uma estrada estadual que liga Mogi das Cruzes à Rodovia Ayrton Sena e mais a frente a Rodovia Presidente Dutra, que é conhecida por Mogi-Dutra.
Alguns anos passados era uma só pista bem tortuosa e com serra, quando a velocidade máxima permitida era de 90Km/h, o que influiu em muitos graves acidentes, inclusive com muitas mortes.
A estrada foi duplicada e desenhado um novo trajeto, e agora a velocidade máxima é de 80km/h. Dá para entender? É difícil?
É isso, e se não correr agora ficarei atrasado.
Até breve.