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Oliva da Abrajet-SP: “menos colunistas sociais e mais jornalistas”

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Fonte: Redação do DT

 De acordo com o novo presidente, as pessoas não podem tornar-se donas de associações, já que as entidades são meios para conseguirmos benefícios à classe e não o contrário

 A Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo, regional São Paulo (Abrajet-SP) acaba de nomear Cláudio Lacerda Oliva como seu novo presidente. Em entrevista exclusiva ao Diário do Turismo, Oliva promete mudar a imagem da instituição de classe: “A Abrajet-SP não é um clube, somos uma entidade ligada à área turística e não responderemos por outras pessoas que utilizam os benefícios outorgados à classe”, disse Oliva.

Graduado em Comunicação Social e em Relações Públicas pela Faculdade Alcântara Machado, Cláudio Oliva tem pós-graduação em turismo pela Universidade de Barcelona, na Espanha.

A entidade tem regionais em praticamente todos os estados do país, congrega profissionais que atuam em jornais, revistas, TVs, rádios e em assessorias de imprensa de órgãos públicos e empresas do setor de turismo. Oliva foi eleito no dia 10 de maio de 2011, para um mandato de dois anos. Abaixo a entrevista completa:

  DT – Já tem alguma meta específica para atingir em sua gestão?

 Cláudio Oliva – Com certeza. O foco do trabalho da nova diretoria da Abrajet SP será a ampliação dos seus objetivos e ainda fortalecer a classe. Seremos um canal profissional entre o turismo e o leitor. Mesmo que a imprensa do turismo não critique empreendimentos e equipamentos, também não atua como uma imprensa marrom, manchando a imagem de entidades e pessoas. Mesmo assim defendo que devemos difundir informações positivas. Sejamos honestos com a realidade, principalmente em temas como aeroportos e portos, que em muitos estados brasileiros estão decadentes. Aeroportos sucateados e portos que só servem para terminais de carga.  A Abrajet-SP estará credenciando pessoas que verdadeiramente escrevem em algum veículo ou que trabalham para meios de comunicação do trade. Colunistas sociais infelizmente infectam nossa área e este monopólio tem que acabar.

 DT – Algum projeto específico para 2011?

 Cláudio Oliva – Faremos no estado de São Paulo dois seminários anuais. Um em cada semestre e em regiões diferentes, um no interior e outro no litoral. Percebemos que não existia uma união, pois muitos grupinhos foram criados e nunca se pensou em fazer, de fato, uma integração destes profissionais em prol da missão que a Abrajet-SP fora criada Também pensamos em atuar juntos para discutir a educação do turismo, por exemplo. As universidades lançam anualmente milhares de estudantes no mercado e a influência do turismo no PIB é absurda. Por isso temos que estar atentos à formação universitária no Brasil. Creio que a partir desses congressos semestrais teremos uma participação junto à mídia mais forte. Dessa forma trabalharemos um tema de nossos destinos nacionais – que estão pedindo para serem mostrados de uma forma completa, e poderemos incentivar a geração de mais empregos.

 DT – Falando em profissionais que atuam como jornalistas, a associação vai coibir pessoas que atuam no segmento somente para ganhar viagens e hospedagens?

 Cláudio Oliva – A Abrajet-SP não é um clube, somos uma entidade ligada à área turística e não responderemos por outras pessoas que usufruem dos benefícios outorgados à nossa classe. Também não somos uma entidade fiscalizadora e nem temos pessoal para coibir outros profissionais atuando no jornalismo do turismo, que infelizmente atuam de forma inadequada.

 DT – Como o senhor vê a presença dos veículos digitais jornalísticos no universo do turismo?

 Cláudio Oliva – Principalmente a partir de agora que o turista necessita de respostas rápidas, o mercado virtual é saudável, e considerando o lado comercial e de informação, temos que estar informando com responsabilidade. Especialmente as mídias sociais são a tendências, num clique o leitor pode escolher sua passagem, destino, locadora de automóveis. Como não existe uma especialização de nossa classe queremos que menos colunistas sociais e mais jornalistas atuem em prol do turismo para que o leitor conheça cada vez mais o impacto dos empreendimentos do trade nos negócios, na sociedade, na economia local, do que somente notas sobre inaugurações de hotéis, fotos e pacotes de viagens. A falta de informação em matérias reduz campo de informação ao leitor e faz com que o conteúdo seja incompleto.

 DT – Como está a integração e a participação da entidade no interior do estado?

Cláudio Oliva – Fizemos um acordo com Associação dos Jornais do Interior de São Paulo (Adjori-SP), que reúne cerca de 100 jornais de circulação diária, semanal e quinzenal. Através de um contato meu com o presidente Carlos Balladas, acertei que a Abrajet-SP funcionará na sede da Adjori-SP fazendo uma aproximação institucional e também com veículos do interior do Estado. Não quero atuar a partir do meu escritório, mas deixar um legado institucional durante minha gestão a frente da Abrajet-SP. Queremos atuar de maneira colaborativa, queremos integrar a imprensa do interior. Hoje 70% das vendas no turismo vêm do interior de SP. Outro exemplo atual e significativo é a expansão da malha da companhia aérea Azul que aumentou seus vôos para Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Presidente Prudente e outras cidades. Nossa missão será que este País esteja atrelado ao interior e São Paulo. Já conseguimos associar 16 jornalistas oriundos do  interior de São Paulo, em cidades como Jundiaí, Ribeirão Preto, Santos, Piracicaba, e na região metropolitana como Guarulhos, Santo Andre, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema.

DT: O turismo tem crescido muito nos últimos anos. O senhor acha que outros profissionais têm assumido a posição de jornalistas em assessorias de imprensa, sindicatos e associações?

 Cláudio Oliva – Infelizmente em muitas entidades do trade turístico – assim como em outros segmentos – os presidentes se perpetuam e nada mudo. O que percebo e falo com garantia é que no mercado existem muitos donos de associações. Muitos não querem mudar o poder. As pessoas não podem tornar-se donas de associações, pois as entidades são meios para conseguirmos benefícios à nossa classe e não o contrário. O Brasil precisa mudar essa historia principalmente na nossa área.  Estou tentando contribuir com uma associação plural. Volto à Abrajet-SP após um convite pessoal do presidente da ABRAJET nacional o jornalista Hélcio Estrella. Ele me disse para assumir a regional e dar um ar renovado além de instituir um Conselho de Ética atuante.

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