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FULECO?

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Ridículo, pé-de-chinelo, falta de imaginação mesmo. É o Brasil sempre se nivelando por baixo. “Fuleco”, esse foi o nome dado para o mascote da copa. Não tinha coisa melhor? Se é pra fazer merda, então que fosse FULEIRO, combina muuito bem com a nossa seleção que vai fazer feio porque não tem raça e joga de salto alto. O nome escolhido para o “tatu-bola” mascote da Copa é ridículo. Dizem que foi um sambista famoso que criou a belezura, numa mistura de futebol com ecologia, resultando nessa porcaria. É ou não é cara do Brasil e de seus eleitores?

Vale lembrar que o “Tatu-bola” é uma referência à sua capacidade de se enrolar. Algo que o brasileiro consegue fazer com maestria. Se enrolar e enrolar os outros. Mas também podemos dizer que ele gosta de ser ENROLADO. Principalmente quando se trata de obras públicas. Nada mais justo do que ter um MASCOTE que se enrole sozinho. FULECO é um sinal do que será esta COPA DO MUNDO. Pra quem não sabe, o nome fuleco vem de FULECAR se você colocar no dicionário encontrará o seguinte significado: v. intr. || (Bras.) perder todo o dinheiro que se leva, ao jogo. Para quem estiver duvidando, basta olhar o link ou digitar no google. – http://aulete.uol.com.br/fulecar.

O que vai doer mais é que o brasileiro empresta a casa para a Copa do Mundo, mas não vai ver os jogos ao vivo


A movimentação em torno da Copa do Mundo é feita de algumas meias-verdades e mentiras inteiras. O Brasil não vai ser palco do torneio. Na verdade, estamos armando um circo do qual a maioria vai ficar de fora. O que parece justificar tanto gasto é o argumento capcioso de que a disputa vai deixar para o país um ganho paralelo, como estádios modernos, melhor transporte público e motoristas de táxi falando inglês desde a hora em que acordam. Para isso vale gastar um dinheirão, mesmo que nossas prioridades sejam outras e, mesmo quando são as mesmas, como o caso da mobilidade urbana, passem por outros trilhos.


Mas sobre isso todo mundo já falou. E não adiantou nada. Até mesmo o triste raciocínio de que vamos gastar mais do que o orçamento, computando a vergonhosa taxa de corrupção, parece não assustar ninguém. No começo da conversa o gasto seria da iniciativa privada, depois o poder público entrou com alguns investimentos e hoje assume a despesa toda. No entanto, na coluna dos lucros, está tudo dominado: quem vai ganhar é a Fifa (uma empresa privada e nem um pouco benta), que mudou até as leis do país para permitir cerveja ruim e proibir a venda de tropeiro num raio que vai do centro do gramado até a órbita de Marte.

O que, no entanto, vai doer mais é que o brasileiro, que empresta a casa, não vai ver os jogos ao vivo. Os ingressos são caríssimos, estão na mão das grandes agências de turismo, dos patrocinadores e dos políticos; e até uma cota-álibi foi pensada para apaziguar as consciências e enganar os ingênuos. Não nos convidaram para essa festa pobre. Apenas para pagar a conta e andar de ônibus em corredores. Metrô e ciclovias que é bom, neca.

Há muitos anos, os campos de futebol tinham suas torcidas divididas em dois grandes blocos: os geraldinos e os arquibaldos. Os geraldinos ocupavam a faixa mais barata dos ingressos – a geral. Estavam perto do gramado, ficavam em pé o tempo todo para ver jogo e pareciam ser não mais pobres, mas os apaixonados. Os arquibaldos ficavam nas arquibancadas, um pouco mais elevados em relação ao plano da bola e, teoricamente, sentados. As armas dos dois grupos eram as mesmas: amor ao clube e radinho de pilha. Como numa sociedade de mobilidade possível, um arquibaldo podia ser rebaixado a geraldino e este alçado à condição de torcedor assentado. Tudo dependia de algumas condições, como uma graninha a mais, se o mês estivesse começando, ou a companhia do filho e da namorada, que exigiam um investimento.

Hoje está tudo mudado. Nos jogos da Copa nossos tipos antropológicos clássicos estão banidos. Quem vai assistir aos jogos não sabe o que é uma arquibancada, uma geral e, se bobear, nem mesmo um radinho de pilha. Que dirá amor à camisa. Além do preço proibitivo e da concentração dos bilhetes, o espetáculo está sendo pensado para a televisão, com sua lógica própria. Nesse jogo de cena, o torcedor é uma alegoria de escola de samba: preenche espaços, mas não dança.

O que os novos estádios consagram é um modelo que pode ser chamado de camarotização da vida. Cada um tem seu valor pelo lugar que ocupa. As pessoas querem participar do grupo das “muito importantes” e virar siglas. São animais identificados por pulseiras coloridas, que vão aos lugares para comer sushis, beber energéticos e serem vistos. O que não percebem é que se tornam atores de uma comédia ruim escrita pelos outros. Mais que aproveitar as mordomias, estão lá para atuar e estampar marcas, mesmo que deem uns nozinhos na camisa para despistar.
O melhor do esporte e das festas é a convocação à igualdade: estamos juntos de pessoas como nós, gente como a gente, que torcem pelo o mesmo time, gostam do mesmo artista, vivem a mesma fé. Quando esse movimento é deslocado para o umbigo e para o cumprimento de papéis de distinção e incentivo à inveja, a partida já está perdida antes de começar.
Fonte: UAI

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